Uns dias em S.Miguel, Açores. Instaladas num hotel em Ponta Delgada, agradável e bem situado, fizemos o máximo proveito da estadia. Eu já conhecia, mas viajar com amigas, as do costume, é diferente, mais divertido, no final sentimo-nos cansadas, mas felizes e mais revigoradas. Não há stress com o horário das refeições, nem esquisitices com a escolha do menu... É só viajar, viajar, conhecer, deliciar com as paisagens, e esquecer que existe mais vida para além do que flui em nós 🥰.
Que aborrecimento... Ser picada, sabe-se lá por quem , (por seres invisíveis, por falta de atenção, por não saber observar...), nas pernas, nos braços e com necessidade de tratamento; já começa a ser habitual.
Há quem colecione plantas ao ar livre. Deste modo os espaços preenchem-se, embelezam-se, tornando-se um livro de arquivo a céu aberto.
Sempre que o visito, folheio com devota atenção. Cada planta é analisada para que se retire poeiras, flores e folhas secas, pequenas formigas, aranhas... E vou verificando o seu estado de saúde...
Quantas vezes já captei debilidades?! Felizmente, sempre houve tempo de as socorrer.
Também converso com elas, - diálogos de alma -, agradeço sua vitalidade e lembro-lhes quem são, de onde vieram, e chamo-lhes pelos seus nomes. Interajo, assim, com todos, presentes e ausentes, não numa conversa superficial, mas sim de uma forma mais elevada, diria transcendente.
Já imaginei elaborar uma placa de madeira para cada planta e nela gravar, a fogo, o nome de cada pessoa que ofereceu.
Este livro, a céu aberto, seria lido com mais vontade e sabedoria pelas gerações vindouras.
Em direção a casa, por vezes, faço questão de percorrer os espaços mais verdes, com história e com mais ou menos turistas. A pé, claro.
Por agora, há mais silêncio e eu gosto.
Tenho reparado que estas flores abundam pelos relvados. São margaridas sivestres. Bem, eu e o nome das flores... Comparo-me às mães que têm muitos filhos e quando querem dizer o nome de um, em particular, dizem três ou quatro nomes antes de acertar.