Por engano, melhor dizendo, por descuido um cheque de muito valor veio parar cá a casa entre uns documentos.
Antes que ele voasse, eu sei lá... telefono à minha amiga e descrevo-lhe, em pormenor, o que se passara. Admirada, diz não saber que o cheque se encontrava entre os documentos e que, mais tarde, passaria para tudo levar.
Entretanto, foram necessários outros documentos. Telefonema daqui, telefonema de lá, passou um mês. Hoje, ao telefone com a minha amiga, ocasionalmente, falámos sobre o cheque, e... qual o meu espanto, quando ela diz que ainda não tinha a capa dos documentos onde estava o cheque. Pensei, coitada, a rapariga anda cansada, fim de ano lectivo, muitos papéis para preencher, relatórios para elaborar... Então lembrei-lhe o dia em que ela, à hora do almoço, numa correria, tinha buzinado e eu própria lhe entregara tudo. Com certeza, ainda estava entre dossiês que ela normalmente carrega no banco de trás. Ela diz que não, mas já sem grande convicção. Eu insisto que de certeza estará lá.
Passaram duas horas, o telefone tocou. A capa não está nem no carro, nem em casa, diz ela. Fico um pouco aflita, mas insisto que de certeza a entreguei, mas que iria verificar entre umas papeladas no escritório... E não é que estava mesmo?! E eu que tinha a certeza absoluta, até me lembrava do pormenor de recomendar-lhe que tivese cuidado porque o cheque estava ao portador...
Este episódio fez-me reflectir... Havia muito dinheiro metido nesta confusão. Que certezas é que agora eu tenho? Aconteceu com uma amiga e se não fosse? Ai a minha cabeça!!!...
Depois de alguns dias à beira-mar, estou novamente por cá. Já tinha alguma saudade e curiosidade em usar e espreitar o que envolve esta ferramenta... Mas, enfim, não é coisa sem a qual não possa sobreviver...
Queria aqui exprimir a tristeza, a saudade que já sinto das palavras certas que identificam nossos pensamentos, devaneios, os sonhos, a vida... só ele o sabia fazer como que tudo surgisse ao correr da "pena", sem esforço algum. E a nós... obriga-nos a estar atentos, porque os diálogos sucedem-se como que sejam de forma oral, sem o dito travessão, ponto de interrogação... com que ele tanto embirrava! Agora, resta-nos a obra.
Os dois últimos livros são muito diferentes dos outros já publicados. Não gostei tanto... Mas não deixam de fazer parte da minha pequena biblioteca. É, sem dúvida, José Saramago o escritor que mais se destaca, olhando na perspectiva de número de livros por autor.
Todos os dias têm a sua história, um só minuto levaria anos a contar, o mínimo gesto, o descasque miudinho duma palavra, duma sílaba, dum som, para já não falar dos pensamentos, que é coisa de muito estofo, pensar no que se pensa, ou pensou, ou está pensando, e que pensamento é esse que pensa o outro pensamento, não acabaríamos nunca mais.
Excerto do livro Levantado do Chão, Pág. 59, Editora Caminho
Esta fotografia foi cedida por uma das minhas sobrinhas. Quando visitou a S.ª do Viso, resolveu procurar este local. É tão original que eu não podia deixar de vos mostrar, se é que vocês ainda não conhecem...
Como estamos em tempo de crise, com certeza, este tipo de construção vai dispensar muita mão de obra e muitos materiais. E como não faltam penedos por aí, os montes estão desertificados... aqui fica uma ideia que poderá ser imitada!
Esta casa fica situada entre Fafe e Gandarela, (num desvio) na serra da Lameira, perto de uma estrada de terra, por onde era hábito passar a "corrida de automóveis". Pormenores, não sei...
Quadro n.º 5. Papel de prata colado sobre a tela, pinceladas de tinta e outras de água para que o papel prateado não ficasse todo coberto, e pintura dos barquinhos.
Execução rápida, e os reflexos prateados dão originalidade à pintura...
Algumas das plantas espontâneas que povoam as margens do rio e que, quase, não nos deixam entrar na água... Aqui fica um pequeno registo com data de ontem.
Era a pergunta de um jogo, ou de uma brincadeira que a criançada mais fazia durante o tempo que esta flor abundava pelos campos, junto aos caminhos e carreiros que percorríamos em direcção à escola. Ou, então, nas nossas brincadeiras de irmãos- apesar de sabermos que o nosso pai era o mesmo e de que ele era portador de uma forte cabeleira. Então, soprávamos as sementes com quanta força tínhamos, e se todas voassem significava que realmente era careca...
Ontem, ao deslocar-me por estas bandas, resolvi fotografar esta flor, julgo chamar-se dente de leão, e é bem conhecida de todos nós.