Era sábado. Anoitecia. Em movimentos rápidos, porque já me encontrava sozinha naquele espaço, eu tentava um bom registo. Olhando para todos os lados, um pouco intimidada pelas sombras e sons próprios da noite, clicava, clicava.
Alguns afazeres preencheram as horas do dia tão rapidamente, pois, era quase noite quando comecei a fotografar. E, como a máquina assinalava pouca bateria, tive de ser ágil e mais ou menos certeira...
Já há algum tempo que não ia à aldeia, em Fafe e, logo à chegada, fui recebida e surpreendida pelos lírios roxos e brancos todos perfilados. Pareciam anunciar que valeu a pena, que eles são a melhor opção para aquele espaço. Foi a primeira vez que os vi assim tão floridos.
Com o devido respeito... Não é por acaso que o homem interfere na natureza, abruptamente. Por vezes, baralha-nos e obriga-nos a repensar que o mundo sempre gira e que, em certas ocasiões, tudo parece estar de pernas para o ar.
"Gonçalo, Teresa, Duarte, Pedro, Isabel e Inês pertencem a uma geração que vive a dramática ruptura com a herança ideológica pesada, onde o catolocismo tradicionalista arbitra as regras da existência. Estes protagonistas, embora com as mais diversas filosofias de vida, estão todos eles marcados por uma sociedade bem portuguesa e, todos eles, na fragilidade das suas vidas, da sua solidão, se encontram estreitamente ligados na solidariedade e no amor, que são afinal os únicos valores a darem significado às suas existências.
Mas, se Os Nós e os Laços é um romance de conflito de valores com o passado e o presente, é também exploração de novos percursos que se entreabrem à experiência de cada um dos personagens: é a descoberta do corpo como lugar privilegiado de comunicação, são os jogos de existência em que bem e mal permutam constantemente de posição, e é sobretudo esse discreto e instaurador movimento de pensar o mundo no feminino.
Quanto à novidade da escrita de Alçada Baptista, é outra vez o retorno ao encanto da espontaneidade, à narrativa fluente, ao gosto de ler".
O livro Nós e os Laços, já o tenho e li-o há mais de dez anos, mas precisei de reler. Aconselho-o.