Escolher uma árvore como a minha preferida é como escolher um livro, um filme, uma sobremesa, uma refeição preferida...
Não sou capaz de escolher uma só árvore, assim como um só livro, um só filme, uma só sobremesa...
Três árvores que são como livros. Livros da vida. Contam histórias do dia a dia, dos nossos antepassados, fazem-nos sonhar, abrigam-nos... Talvez estas sejam as que eu mais admiro- sobreiro, oliveira, carvalha... Mas há outras.
No vão do arco, como dentro de uma pesada moldura de pedra, brilhava, à luz rica da tarde, um quadro maravilhoso, de uma composição quase fantástica, como a ilustração de uma bela lenda de cavalaria e de amor... Eça de Queiroz, Capítulo VIII, Os Maias
Estive atenta a esta parte descritiva do Eça... As palavras escutadas foram humedecidas com pingos de orvalho, a par do manto de nevoeiro que envolvia o palácio da Pena. Uma luzerna teimava aclarar o misterioso, romântico e solitário monumento. A moldura, restaurada, será a mesma, os tons da composição do quadro, esses, ficaram um pouco diferente.
Apenas um bocadinho do que senti no Percurso Pedestre Queirosiano, baseado no romance "Os Maias".