Eu só queria conversar. Conversar sobre o dito cartaz do BE. A minha opinião. Tentar vermos, juntos, o que estaria ali de tão maléfico. Íamos a caminho de uma consulta. Não podia apanhar frio... De repente, saí do carro, enervada. Bati a porta. Entrei na clínica, esperei a minha vez.
Depois da consulta agasalhei-me e caminhei pela cidade à procura de uma farmácia.
Já não precisei de boleia.
Porque eu só queria dizer que não via onde estava o motivo para tamanha ofensa, para tamanho alarido. Parece que as pessoas não têm outras preocupações. Se não valorizássemos, se não déssemos importância ao que não é importante não haveria tanta publicidade...
Porque afinal nós, até, aprendemos na catequese que tínhamos dois pais... Pronto. É diferente. Nem sempre as piadas saem bem. Acontece a boa gente... Agora, comentários que eu ouvi de catequizadores ambulantes, ofendidos e, depois, porque fulano, sicrano ou beltrano também não gostaram ....
Valha-me Deus! Toca cada um a pensar com a sua cabeça! Jesus Cristo deve estar a rir disto tudo.
Choca-me muito mais algumas anedotas ditas de humor negro, ou então, as conversas paralelas que fazem nos funerais, com piadinhas e risos à mistura...
Eu já avisei: Ao meu funeral, é melhor não irem!
Era só isto que eu queria conversar. Deste modo é bem mais rápido e fácil.
Para desinflamar taras e manias de quem pensa que sensualidade é só coisa de gente... Vejamos de que são compostos os seres vivos. E verificaremos as semelhanças entre o mundo animal e vegetal.
Claro que não é semear ou plantar e logo querer colher. É saber escolher o momento...
No verão passado, encontrei-a no campo. "Se bem me lembro," é uma cenoura.
Um vírus da gripe atacou o pessoal cá de casa. Qual o seu nome, não sei... Começou pelo género masculino, talvez o mais fraco, e propagou às donzelas. Eu, a velhota cá do sítio, continuo resistindo. Talvez seja devido à minha incessante mobilidade, a razão por que ele ainda não me apanhou. "Toc- toc- toc... Madeira- madeira- madeira."
E então, desde sábado passado, a minha cozinha está em constante ebulição. Ele é caldos de galinha, chás de gengibre, de limão, sopas de aipo, abóbora, batidos de fruta...
E as refeições principais?!... É que esta gripe não tirou o apetite a ninguém!!!
Sempre há copos e canecas espalhados pela casa. Ligo a máquina da loiça duas vezes por dia. A da roupa idem aspas. Até quando?!... Não sei. Mas há sinais de bonança, apesar de acabar de ouvir espirrar, tossir e escarrar, cada um ao seu jeito.
Não quero acreditar, mas sei que, por fim, tombarei, seja lá por que motivo for: vírus, cansaço, nervoso miudinho... O costume.
"Eu nem sequer gosto de escrever. Acontece-me às vezes estar tão desesperado que me refugio no papel de quem se esconde para chorar. E o mais estranho é arrancar da minha angústia palavras de profunda reconciliação com a vida."