Poderia visitar um familiar hospitalizado. Poderia receber outros familiares. De qualquer maneira, o dia sempre seria entre família... A vontade minha, mesmo, era aconchegar-me numa manta, em silêncio aparente, instalar pensamentos livres e poder direcioná-los em diversas direções...
Mas todos os sentidos voltaram-se, em simultâneo, para o musical que a Sic passou. Já havia visto no cinema, agora, na televisão. Um filme que me espanta, pelo cruzamento ou entrelaçar de 5 histórias deliciosas, que me deixa vergada a tanta magia, sabedoria e valores. Tanta aprendizagem e reflexão. E eu que não gosto de ver filmes repetidos...
Como há livros de leitura obrigatória, a visualização deste filme deveria ser, também, obrigatória para adultos e adolescentes.
Caminhos da floresta. Os nossos passos. As nossas decisões e não decisões. A coragem e a força. Causas e seus efeitos. A vida...
E porquê Gonçalo M. Tavares entrou na minha coleção?
Primeiro, pelo que José Saramago proferiu, a respeito do livro Jerusalém, “Gonçalo M. Tavares não tem o direito de escrever tão bem apenas aos 35 anos, dá vontade de lhe bater!”.
Segundo, porque Gonçalo M. Tavares foi um dos professores da minha filha mais velha, em Artes da Escrita. Daí, os livros se encontrarem aqui, por casa... Então, só tenho é que aproveitar a oferta de leitura que caiu na minha estante.
Sem critério algum, este fim de semana li: Aprender a rezar na Era da Técnica. E a semana passada li, Um Homem: Klaus Klump.
Fosse eu um Pedro Mexia, por exemplo, faria a crítica a estes dois livros bem fundamentada, ou em linguagem bem escorreita, como diria minha mãe... :) Daí, a minha dificudade em explicar as razões por que gostei, mas pouco...
Deixaram-me inquieta, mas naquele sentido de maldisposta, agressiva e com ligeiras dores de cabeça. Se eu contasse a alguém o que acabo de escrever, diriam:- Mas não és tu que gostas de livros difíceis?! Daqueles que te deixam a refletir um mês, um ano... E tal e quê?!... :)
De verdade, verdadinha, gosto de desafios.
Agora, não sei se concretizarei a leitura dos outros dois livros, mas só por precaução, devido a efeitos raros na minha pessoa. Também admito que não escolhi o melhor tipo de leitura para esta fase da minha vida. Confesso.
Bem, fui à internet para mais saber.
Sinopse:
Os «Livros Negros» de Gonçalo M. Tavares têm um novo Reino: Aprender a rezar na Era da Técnica. Lenz Buchmann é um homem atroz. Como médico, despreza os doentes. Como político, despreza a sociedade. Como marido..., como irmão... como filho, enaltece irracionalmente o pai porque é assim que se comportam os homens desprezíveis. Depois de: Um Homem: Klaus Klump, A Máquina de Joseph Walser e Jerusalém, Aprender a rezar na Era da Técnica mantém o mesmo olhar agreste e tantas vezes sombrio sobre a condição humana: «O que vês quando olhas para onde todos olham?»
Além de fotografia, adoro pintura. Quando posso ou quando me apetece, vou tentando fazer o meu melhor.
Por vezes, inspiro-me em fotografias minhas, mas elas devem contar uma estória que me provoque essa vontade... Confesso que o mais difícil é o desenho, então, procuro brincar com texturas e tons. Estas, baseei-me em outros autores.
Quanto à fotografia, também estou à espera que haja uma formação na minha cidade. Entretanto, vou teimando em fazer de conta que sou uma artista.
Apresento as mais recentes obras. Pintura e fotografia.
No início eram os irmãos mais novos, mais tarde a profissão. Entre crianças e adolescentes sempre se sentiu compreendida, especial e amada. Alunos, sobrinhos, filhas e mais sobrinhos, os tais ditos sobrinhos/netos.
Esta convivência sempre estimulou o seu lado infantil, que todos têm, que faz parte de nós, mas que muitas das vezes teimamos em adormecê-lo.
Crescemos, mais e mais. Pela vida fora, acumulámos tanta responsabilidade, ficámos tão sérios, pensando ser sinal de amadurecimento, porque constituímos nova família, há uma casa para sustentar. O tempo e os afectos parecem não sobrar para aqueles que foram e são a nossa árvore de origem que nos sustentou em seus braços, protegeu, alimentou.
Quando algo não corre pelo melhor, quando parecemos sufocar de tristeza, porque as nossas raízes são abaladas, porque há ramos prestes a tombar, tudo fazemos em prol de conservar, de curar, emendar, reforçando afectos até enlaçar todas as partes fragilizadas, para que a seiva percorra seu destino até à ínfima célula.
Em todo o ser avoluma-se tamanha felicidade... Unidos na dor, na luta, na ajuda, no amor.
E toda a toxicidade é varrida. Parece desaparecer. Como poeira em dia de chuva.