O peso do coração...
Em primeiro de tudo, quero dizer que, hoje, sonhei com o meu pai...
Muito raro sonhar. Não o reconhecia como um bom pai, principalmente, durante todo o meu crescimento até ao tempo que mudei de estado civil. Depois, fui mãe, uma, duas vezes e, pouco depois, ele adoecia e ficava com sequelas para o resto de sua curta vida.
Aos poucos, fui reconhecendo que ser pai "destes" seus filhos, não foi nada fácil...
Mês de Março. Mês de comemorações: Dia do Pai e seu Aniversário.
Então, depois das duas viagens por Marrocos, depois da aula de Filosofia prática, sobre o Egipto- A análise do Papiro de ANI- "o peso do coração do morto", e depois de ter tratado das lides domésticas... Adormeci, vagueei...
O chilrear dos pássaros, o barulho dos carros, as vozes ao longe... Um aperto no peito, o coração.
Acontecia o despertar, melhor, o adormecer. Lento...
Uma enorme tela pendurada, não sei se em uma parede, se no meio do nada, suspensa. Reconheci, de imediato, que era o Papiro de Ani. Num plano mais abaixo, alguns elementos moviam-se, uns estavam agitados, outros mais concentrados. Aí, vi o meu pai. Os deuses, os olhos da mente, (egoísta e pura) os braços da balança, a pena e o coração, cada um em seu prato. Senti-me angustiada! Estavam a pesar o coração de meu pai...
Era leve!!!
-Está tudo bem- escutei.
Anubis é um bom avaliador.
Acordada, vi tudo em conformidade.
Havia luz.