Para colorir o dia
Flor a flor, passo a passo, ano a ano... E as estações sucedem-se.
Não resisto, e, sempre, tento colher o que de mais belo e puro encontro.
Obrigada a quem passa e faz parte do meu caminhar.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Flor a flor, passo a passo, ano a ano... E as estações sucedem-se.
Não resisto, e, sempre, tento colher o que de mais belo e puro encontro.
Obrigada a quem passa e faz parte do meu caminhar.
Não mais entrou pelos portões verdes do cemitério para visitar seus familiares.
Era o seu aniversário, ontem, 11 de Maio. Uma festa que só ela sabe organizar.
Subimos a Montanha- o Nariz do Mundo. Tudo a preceito. Tudo com requinte, apesar da distância dos grandes centros e da simplicidade do restaurante ...
Porque, da mala do carro, saíram cestas de malvas, castiçais e velas brancas, caixinhas e dedicatórias. Poemas...
E a toalha de xadrez, como pano de fundo, só podia contrastar e reforçar o bom gosto da aniversariante.
Sem querer descrever discursos e presentes, ementa e sorrisos... Um ramo era segurado em suas mãos. Ela observava-o, apontava aquela e aqueloutra- as pétalas-, nomeando o nome das flores. Encantada... São lindas! E sorriu para mim. Talvez, certificando-se se teria sido eu quem o comprara.
Regressámos. Sua mãe a seu lado. Debilitada, apesar da jovialidade que quer demonstrar. São 94 anos já feitos.
De repente, ela diz:- Não avisei o caseiro, este ramo era lindo para deixar aqui. Mas não consigo.
"Aqui", era o cemitério, por onde passávamos no momento.
Desde que o irmão morrera, havia 6 anos, nunca mais lá entrara. Deixou de os visitar. Pai, tia e esse seu irmão.
Prontamente nos oferecemos para levar o ramo de flores ao jazigo onde eles moram. Ela hesitou, a voz embaçou... Mas parou o carro.
Saímos, à pressa, eu e outra amiga, ambas, outrora, amigas de seu irmão. Passámos os portões entreabertos. Ansiosas, procurámos os nomes e os rostos desbotados pelo tempo, e achámos.
Lindos, sem dúvida alguma. Substituímos a água suja do vaso e colocamos o ramo de flores, aquele que a fez sorrir, que a encantou... E que agora se juntou às pessoas mais queridas, que a viram nascer e crescer...
Quando entrámos no carro, ela soluçava, silenciosamente, não queria que sua mãe se apercebesse. -Tão lindos que eles estão, lá nas fotos- dissemos.
Outra amiga, a Maria Luísa dizia-lhe:- Decide-te. Vai lá. Acaba com esse sofrimento...
E elas foram. Eu, a mãe e a outra amiga deixámo-nos ficar.
O carro aquecia, elas demoravam. Saí e fui espreitar... saíam abraçadas, soluçando. Corri de braços abertos. Entrelaçámo-nos e chorámos, alto. Ninguém nos ouvia.
Só o irmão, lá encima, piscava o olho, e sorria, ao seu jeito.
Pelo menos, que a força e a coragem permaneçam, sempre que os queira visitar...
As fotos que hoje publico foram tiradas nas Minas de Sal de Wieliczk, Cracóvia, Polónia.
Exploradas desde o século XIII. Em 1978, foram classificadas como Património Mundial da Humanidade pela Unesco.
Mais de 300 metros de profundidade, por escadas, corredores e túneis de rochas (cloreto de sódio) e madeira. Percorremos aquele espaço ímpar, observando capelas, estátuas, painéis gravados na parede, um pequeno lago... Parte da História da cidade e da Polónia está ali representada.
Uma prova de resistência física para quem faz esta visita . Poderá ser, também, uma prova contínua de cloreto de sódio. Para quem duvidar, basta ir passando a língua por uma parede ou outra e, através das papilas gustativas, tirar suas conclusões .
A saída foi feita de elevador.
"A Voz do Silêncio"- Textos do Livro Tibetano dos Preceitos de Ouro ( Edição bilingue)
Sobre a autora:
Nasce em Ekaterinoslov, Rússia, primógénita de uma família da nobreza russa, e aparentada com o Czar. Aos 16 anos, fugindo de um matrimónio forçado com um homem de 70 anos, inicia um périplo de aventuras e conhecimentos que a levariam a percorrer numerosos países da Europa, África, América e a ser repórter de guerra com as tropas de Garibaldi.
Os seus artigos, quase sempre com pseudónimo, encheram as páginas dos principais jornais da época vitoriana, na qual se vivia um clima propenso à aventura e ao exotismo dos locais quase inexplorados que Helena Petrovna Blavatsky percorria.
Em 1875, com 44 anos de idade funda, com o então famoso jornalista coronel Olcott, em Nova Iorque, a sociedade teosófica. escreve entre 1875 e 1877, Ísis sem Véu, obra revolucionária e polémica, cujo objectivo-diz- é ajudar o estudante a descobrir os princípios vitais que subjazem nos antigos sistemas filosóficos.
Em 1885 estabelece a sua residência em Londres e é considerada a mulher mais sábia do seu tempo. Entre 1887 e 1890 vive em Hyde Park, Lansdowne Road 17, casa que seria mencionada como Blavatsky Lodge, onde as suas tertúlias convocam personagens mais importantes de Inglaterra e da Europa, e onde também repartia ensinamentos esotéricos a discípulos selectos.
Em 1888 é editada a Doutrina Secreta, a sua obra capital. Trabalho monumental que se centra no simbolismo e ensinamentos das antigas religiões mistéricas. Resgata do inacessível complexo de arquivos e bibliotecas do Tibete toda a Cosmogonia e uma Antropogénese baseada no misterioso livro de Dzyan.
Seguem-se os livros A chave da Teosofia (1889), A voz do Silêncio, (1889), Jóias do Oriente (1890), Glossário Teosófico, a obra póstuma e mais de 300 artigos que apareceram em distintas revistas como o Teósofo e Lúcifer.
No dia 8 de maio de 1891 expira, na Avenue road 19, Londres, sendo as suas cinzas espalhadas no rio Tamisa.
99 seguidores
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.