O mês de Maio está aí e o meu aniversário já começa a acenar em forma de número bem redondinho.
Por mais que me concentre, não vejo, não sinto, não escuto o que dizem ser a terceira idade.
Penso... Será que vivo envolvida nos jogos de Maya... Estou viciada, acomodada, o sol não é o Sol, o que vejo é ilusão, sou cega para a realidade?... Talvez. Sim...
Bem... Se aconteceu ou não ilusão, ontem, paralisei alguns momentos, para memória futura, e para comemorar o 500.° post do meu blogue.
Tchim... Tchim... A nós... A Natureza. E venham mais 500.
Naquele tempo, o longe era sinal de isolamento. Faltavam transportes, estradas, luz elétrica... Só os que tinham algumas posses, associadas à Vontade, poderiam sair de casa de mala feita para três longos meses. Simplesmente para ingressar na carreira de estudante, para frequentar o 1.°e 2.°anos- o então 1.° Ciclo; mas, antes deste reinício, eram submetidos a exames da 4ª. classe, provas escritas e oral, e exame de admissão ao liceu, também com provas escritas e oral.
Já bem crescida, a sorte abençoou-me com o exercício prático da Liberdade. Estava a meio do curso, em breve iria exercer funções de uma profissão que não escolhi, (durante algum tempo tivera pesadelos sobre o percurso do curso) .
Não entendia, nem ainda entendo, coisas de partidos políticos. Quem é que entende?!... De alguns direitos e deveres, já há muito que reparara e lutava desde criança, nas relações familiares.
Então, a Revolução foi a gota que me transbordou. Outras desigualdades tão enraizadas tornaram-se alvos a abater, e a entrada no mundo do trabalho foi um desafio e uma luta constantes.
Agradeci a meus pais e ao meu irmão mais velho, por me mandarem ter a profissão que eles quiseram. Primeiro, pela oportunidade de crescer sem as amarras do conforto do lar. Doeu muito, sim, mas valeu. Depois, a minha profissão, afinal, foi o exercício de liberdade que melhor poderia exercer em convivência com crianças/adolescentes.
Quem pensava que era fácil, muito teve de aprender. Deparamo-nos com vários caminhos, seguimos e seguimos com bravura e cautelas; no desbravar, nas dificuldades, no encontro, no alinhar constante dos nossos excessos e defeitos... Na consciência de que fazíamos o melhor... Ufa! No saber ler o olhar, no escutar certas palavras...
Algumas peças da exposição que visitei, referente ao Egito, no Museu Calouste Gulbenkian, na semana passada.
*Vaso Canópico de Iunefer
*Máscara funerária
*Filhos de Hórus e escaravelho alado
*Barca solar de Djedhor
Outras exposições se estendem por várias salas, cantos e recantos, que me fizeram revisitar memórias, alimentar o meu imaginário, redirecionar o olhar...