A Certeza Absoluta
Por engano, melhor dizendo, por descuido um cheque de muito valor veio parar cá a casa entre uns documentos.
Antes que ele voasse, eu sei lá... telefono à minha amiga e descrevo-lhe, em pormenor, o que se passara. Admirada, diz não saber que o cheque se encontrava entre os documentos e que, mais tarde, passaria para tudo levar.
Entretanto, foram necessários outros documentos. Telefonema daqui, telefonema de lá, passou um mês. Hoje, ao telefone com a minha amiga, ocasionalmente, falámos sobre o cheque, e... qual o meu espanto, quando ela diz que ainda não tinha a capa dos documentos onde estava o cheque. Pensei, coitada, a rapariga anda cansada, fim de ano lectivo, muitos papéis para preencher, relatórios para elaborar... Então lembrei-lhe o dia em que ela, à hora do almoço, numa correria, tinha buzinado e eu própria lhe entregara tudo. Com certeza, ainda estava entre dossiês que ela normalmente carrega no banco de trás. Ela diz que não, mas já sem grande convicção. Eu insisto que de certeza estará lá.
Passaram duas horas, o telefone tocou. A capa não está nem no carro, nem em casa, diz ela. Fico um pouco aflita, mas insisto que de certeza a entreguei, mas que iria verificar entre umas papeladas no escritório... E não é que estava mesmo?! E eu que tinha a certeza absoluta, até me lembrava do pormenor de recomendar-lhe que tivese cuidado porque o cheque estava ao portador...
Este episódio fez-me reflectir... Havia muito dinheiro metido nesta confusão. Que certezas é que agora eu tenho? Aconteceu com uma amiga e se não fosse? Ai a minha cabeça!!!...