Adultos
Quezílias entre família sempre houve. Durante a infância e adolescência somos apelidados de tudo o que no momento e na circunstância se adapta melhor para nos definir. Maria rapaz, manhosa, preguiçosa, atrevida, feiosa, ninguém te vai querer- são expressões comuns dirigidas a quem realmente gosta de sair dos padrões normais de uma boa menina. Porque, naquele tempo, nascer-se do género feminino no meio de tantos do outro género, não era nada fácil. No que concerne aos trabalhos domésticos e às brincadeiras, os direitos eram mais para os rapazes e os deveres mais para as raparigas. Cedo aprendemos que a vida será de luta, até que a igualdade seja tão comum que nem seja necessário falar dela. Falo de minha experiência...
Em adultos os motivos que nos desunem não serão tão diferentes. Diferentes, mesmo, somos nós. Carregados de orgulho, preconceito, teimosia... Esquecendo que seguimos viagem e que não sabemos até onde vamos, qual o fim da nossa caminhada... Custa a acreditar, a compreender. Entretanto, passamos pelo tempo, em velocidade, sofrendo os seus efeitos. Um dia já será tarde...