Era sábado. Anoitecia. Em movimentos rápidos, porque já me encontrava sozinha naquele espaço, eu tentava um bom registo. Olhando para todos os lados, um pouco intimidada pelas sombras e sons próprios da noite, clicava, clicava.
Com o devido respeito... Não é por acaso que o homem interfere na natureza, abruptamente. Por vezes, baralha-nos e obriga-nos a repensar que o mundo sempre gira e que, em certas ocasiões, tudo parece estar de pernas para o ar.
As fotos registam duas tardes do mês de Outubro na aldeia, em Fafe. A música retirei-a de um CD comprado a uns vendedores ambulantes, peruanos, no tempo de praia, e chama-se "Then I Found You", do álbum Canárias 2010.
O último dia que fui à praia, o dia estava lindo! A água transparente e de temperatura muito agradável, as ondas embalavam e acariciavam seduzindo-nos e provocando o atraso da nossa partida... O Sol, já a média luz, alumiava, enorme, aveludado, rosado... escondendo-se suavemente, fatiado, até o último pedacinho desaparecer...
E alguém, na varanda, foi registando... Eu estava na praia.
Nasceu ao acaso entre as azáleas, mas sobressai pela sua simplicidade, pureza, frescura... Parece querer dizer que, cada dia, é tempo de renascer, renovar, aclarar nossos sentimentos e intenções...
O meu jardim está florido, apesar do tempo seco. A natureza tem muita força, ela lá se encarregou de fazer brilhar estas flores e mais algumas, dar todo o colorido próprio da Primavera que chegou antecipadamente...
Mas todos queremos saudar dizendo "bem-vinda", já há muito que não te víamos! Mas a chuva teima em não aparecer...