A arte de dizer palavrões
É tão engraçado, quando vou a um salão de cabeleireiro, de longe a longe, ao sábado ou à terça, porque aonde costumo ir fecha nesses dias.
Todas se tratam por tu, clientes e cabeleireira, parecem amigas de longa data ou colegas de ramo, ou familiares... Não sei. Só sei que rio-me toda por dentro, por causa dos palavrões que saem daquelas boquinhas bem arranjadas, corpos bem vestidos. Caladas, ninguém imagina a graça, a pronúncia e o desafiar desses tais palavrões que são ditos, sempre que abrem a boca. Nem que seja numa frase de três palavras... :)
Lembrei-me do que a minha filha mais velha me disse, quando foi trabalhar para Lisboa. Ao fim de alguns meses, umas colegas perguntaram-lhe:
- Então, M.-..-., ainda não te ouvimos a dizer aqueles palavrões que falam no norte?...
Pronúncia, sim. Graça (humor), sim. Palavrão, não, porque, também, é necessário saber dizê-los. Ter certa arte. ;)