Alabardas, alabardas...
Pensava eu, erradamente, que não teria qualquer chance de voltar a ver publicado um livro, um novo romance de Saramago.
É, comprei-o. O entusiasmo para iniciar a leitura demorou. Acompanhou-me vários vezes. Ia e vinha intacto. Um dia aconteceu... E não mais consegui desgarrar-me até que o livro terminasse. Encheu-me de vontades, reflexão, sentido crítico.
O romance ficou inacabado. Mas o que contém é tão intenso. Como em outros livros, fez-me sorrir, apesar do tema tão pertinente que é abordado- o armamento.
Apenas vou referir-me aos dois protagonistas. Lá estão, o homem e a ex-mulher. Ela, com carácter pacifista, inteligente; ele, obediente, um bom trabalhador. Mas é necessário ser mais que isso. Orientado por ela, vai tentando investigar, na fábrica onde trabalha, aquilo que tanto a aflige ...
Saramago e o seu bom senso deixou expresso como terminaria o romance... Então, depois da protagonista tanto se esforçar para que seu marido fosse diferente, reconhece que não valeu de nada esperar tal mudança...
-"Vai à merda!" É a expressão que melhor encaixa para concluir esta obra. E descansem, é a única expressão pecaminosa que Saramago usa.