Carta Anónima
Apetece-me dizer que te amo. Que quero ajudar-te no que puder. Gostava que viesses cá almoçar; estou a cozinhar bacalhau com boroa no forno e batatas a murro. A avó mandou pão de milho, como de costume, mas não conseguimos comê-lo todo. Por isso, estou a fazer este prato para reaproveitar, e porque todos gostamos.
Também fiz o bolo de amêndoa, aquele que não leva açúcar, devido à compota que já é suficientemente doce. A verdade é que o fiz para uma amiga, que me tinha pedido, mas como não houve o encontro do grupo de Filosofia, então, ficou para nós.
Não quero controlar a tua vida. Só quero saber mais de ti. Não me compreendes, achas-me controladora... Ser mãe é isto. Sentir o coração apertadinho, não querer incomodar, colocar todo o carinho naquilo que faz, na esperança que algo irradie até aonde estás. Ou sei lá, até pode ser que apareças de surpresa para almoçar.
Se te sentires bem assim, eu também sinto. Mas não sei. Que o Amor vença.