Naquele tempo, o longe era sinal de isolamento. Faltavam transportes, estradas, luz elétrica... Só os que tinham algumas posses, associadas à Vontade, poderiam sair de casa de mala feita para três longos meses. Simplesmente para ingressar na carreira de estudante, para frequentar o 1.°e 2.°anos- o então 1.° Ciclo; mas, antes deste reinício, eram submetidos a exames da 4ª. classe, provas escritas e oral, e exame de admissão ao liceu, também com provas escritas e oral.
Já bem crescida, a sorte abençoou-me com o exercício prático da Liberdade. Estava a meio do curso, em breve iria exercer funções de uma profissão que não escolhi, (durante algum tempo tivera pesadelos sobre o percurso do curso) .
Não entendia, nem ainda entendo, coisas de partidos políticos. Quem é que entende?!... De alguns direitos e deveres, já há muito que reparara e lutava desde criança, nas relações familiares.
Então, a Revolução foi a gota que me transbordou. Outras desigualdades tão enraizadas tornaram-se alvos a abater, e a entrada no mundo do trabalho foi um desafio e uma luta constantes.
Agradeci a meus pais e ao meu irmão mais velho, por me mandarem ter a profissão que eles quiseram. Primeiro, pela oportunidade de crescer sem as amarras do conforto do lar. Doeu muito, sim, mas valeu. Depois, a minha profissão, afinal, foi o exercício de liberdade que melhor poderia exercer em convivência com crianças/adolescentes.
Quem pensava que era fácil, muito teve de aprender. Deparamo-nos com vários caminhos, seguimos e seguimos com bravura e cautelas; no desbravar, nas dificuldades, no encontro, no alinhar constante dos nossos excessos e defeitos... Na consciência de que fazíamos o melhor... Ufa! No saber ler o olhar, no escutar certas palavras...
Bem-vindo meu querido mês de Março. Mês de tantos começos e recomeços. Já há muito à tua espera. Como vês, vestimo-nos para te receber. Que sejas leve, que tragas a paz, e que muitos e bons sonhos se concretizem.
Nem sempre, mas por vezes, há leituras que ficam às voltas dentro de mim, numa tentativa de melhor compreender, por exemplo, a evolução do ser humano. Difícil... Quando já penso que sou capaz de ter uma perspetiva e até esquematizar um conjunto de ideias, tudo embarca rio abaixo e fico novamente perdida. A leitura mais recente : O Mito do Eterno Retorno, Mircea Eliade. .
"O sentido profundo deste ensaio é o de uma interrogação quanto às concepções fundamentais das sociedades arcaicas. Mircea Eliade, autor de O Sagrado e o Profano, bem como de Tratado de história das religiões, ao estudar estas sociedades tradicionais foi, sem dúvida, atraído muito especialmente pela recusa que elas fazem do tempo histórico e pela nostalgia que sentem do tempo mítico das origens. "
Um dia no campo. Há 2 meses que não visitava aquele sítio. Lá estavam as flores e mais flores a abrilhantar o cenário. Apesar do tapete de folhas e dos carvalhos despidos representarem tão bem o Inverno. Um cheirinho a magnólias e a camélias.
Com a evolução das câmeras dos telemóveis, a fotografia deixou de ser aquele clic que eternizava o momento, para ser o espelho do nosso dia a dia... Ora, nada contra. O que quero dizer é que as fotos tiradas com pormenor à lua, que eu adorava, com o telemóvel ela fica bem distante e indefinida.
Fui mudando de atividade e, de vez em quando, a estratégia é outra. Rebusco as fotos antigas e tento dar-lhes corpo... Porquê e para quê, não sei.
Ainda não terminei. Quase... Duas pinturas, duas fotos.
Apetece-me dizer que te amo. Que quero ajudar-te no que puder. Gostava que viesses cá almoçar; estou a cozinhar bacalhau com boroa no forno e batatas a murro. A avó mandou pão de milho, como de costume, mas não conseguimos comê-lo todo. Por isso, estou a fazer este prato para reaproveitar, e porque todos gostamos.
Também fiz o bolo de amêndoa, aquele que não leva açúcar, devido à compota que já é suficientemente doce. A verdade é que o fiz para uma amiga, que me tinha pedido, mas como não houve o encontro do grupo de Filosofia, então, ficou para nós.
Não quero controlar a tua vida. Só quero saber mais de ti. Não me compreendes, achas-me controladora... Ser mãe é isto. Sentir o coração apertadinho, não querer incomodar, colocar todo o carinho naquilo que faz, na esperança que algo irradie até aonde estás. Ou sei lá, até pode ser que apareças de surpresa para almoçar.
Se te sentires bem assim, eu também sinto. Mas não sei. Que o Amor vença.