A criança nº. 44
Esteve na prateleira bastante tempo. Melhor dizendo, "estiveram". Porque são dois os livros com o mesmo título. Foram oferecidos por um familiar a uma das minhas filhas, no espaço de um ano. Ninguém se aventurou a lê-lo, nem a perguntar-lhe o porquê desta oferta repetitiva. Como não adianta enterrar a cabeça na areia e como gosto de desafios, principalmente, em teoria...
No Verão do ano passado, estava de férias na praia e comecei a leitura. Fui lendo página após página um pouco desmotivada. Estava a meio do livro e desisti. Sentia ansiedade...
Este ano, em Agosto, uma das vezes que fui passar uns dias à beira-mar, reiniciei a leitura. Não é que a "viragem" da história estava mesmo ali?!
O romance é baseado numa história verídica. É tempo de Estaline, a força policial secreta intimida toda a população, mas, por outro lado, quer fazer parecer que tudo está sobre controlo, que não existe criminalidade... Mas há crianças cadáveres... Alguém que pertencia à polícia do estado soviético, que tinha assistido ao desaparecimento do seu único irmão, resolve desvendar o mistério, arriscando sua vida, desafiando o próprio Partido...
Só pelo desfecho da história valeu a pena ter insistido na leitura completa do romance. É uma história real, histórica, policial... Obriga-nos a reflectir profundamente...
A verdade acabou por derrubar hipocrisias, crueldades, tiranias, demências... Pena é haver sempre vítimas e não aprendermos com os erros.
*Se alguém estiver interessado neste romance, eu ofereço um dos livros.