Para quebrar o silêncio, e tambem como "corta-sabores", uma receita, simples, que todos os anos confecciono, por tradição, e que costuma fazer parte da mesa de natal.
Colhi-os na aldeia. A árvore, codorneiro, está envelhecida, e é urgente fazer-se uma enxertia, pois, esta árvore e o fruto são raros. Há quem os conheça por peras de inverno.
Desta vez, usei vinho maduro, em vez de verde, não deixei cozer demasiado e o sabor ficou divinal
Também ficam muito saborosos, quando são, simplesmente, cozidos ou assados.
Aqui deixo a receita (codornos bêbedos)
*9 codornos
*4dl vinho maduro
*1,5dl água
*250gr açúcar
*Uma casca de limão
*Um pau de canela
Numa panela colocar o vinho, a casca de limão, o pau de canela.
Quando iniciar a fervura, acrescentar o açúcar .
Depois de ferver 5 minutos, introduzir os codornos já lavados e descascados
Deixar ferver até verificar que estão cozidos.
Retirar os codornos para uma taça; e deixar o vinho ferver até ficar tipo xarope.
Para finalizar, verter o xarope sobre os codornos, e comê-los mais tarde ( frios).
Só quem os saboreou na infância, está apto a sentir todo o paladar, cheiro, textura... Penso.
Vem o Verão e os pinhais ardem. Então, para quê usar um pinheiro de plástico ou de qualquer outro material?
Pés a caminho e lá fomos passear pelo pinhal. Mas eram demasiado altos e desarranjados...
Nisto, chegámos a uma área que antes era de cultivo e agora virou matagal. Alguns pinheirinhos, verdejantes e húmidos de seiva, encantaram-nos logo ao primeiro olhar... Apenas cortámos um ramo bem bonito e harmonioso.
E, deste modo, tivemos em casa o cheiro a pinheiro e resina tão caracteríticos dos natais de algumas décadas atrás.
Aqui está a arma do crime e, também, uns raminhos de um arbusto que há muito tempo não via, e que marcou presença num centro de mesa.
Gosto de fotografar plantas espontâneas. Tenho alguma dificuldade porque saem desfocadas, vá lá saber porquê... :) Esta planta cresce pelos campos ao "desbarato". É chamada de erva daninha, porque nasce em espaços onde o homem fez suas sementeiras ou plantações e não quer que ela interfira na sua agricultura...
Nesta época, está a amadurecer para espalhar as sementes ao sabor do vento.
Era sábado. Anoitecia. Em movimentos rápidos, porque já me encontrava sozinha naquele espaço, eu tentava um bom registo. Olhando para todos os lados, um pouco intimidada pelas sombras e sons próprios da noite, clicava, clicava.
Alguns afazeres preencheram as horas do dia tão rapidamente, pois, era quase noite quando comecei a fotografar. E, como a máquina assinalava pouca bateria, tive de ser ágil e mais ou menos certeira...
Já há algum tempo que não ia à aldeia, em Fafe e, logo à chegada, fui recebida e surpreendida pelos lírios roxos e brancos todos perfilados. Pareciam anunciar que valeu a pena, que eles são a melhor opção para aquele espaço. Foi a primeira vez que os vi assim tão floridos.
E a noite vestiu-se de negro e de silêncio ornamentada de pontos luminosos. É noite escura na aldeia. Atravessado por ramos de um carvalho, imprimindo-lhe ainda mais ser, registei o satélite da Terra.
A Lua em fase de crescimento. Era o dia 15 de Fevereiro.
1ª. foto- Um pedacinho do espigueiro tão característico do Minho, de pedra e madeira. A sua função ainda é de guardar as espigas de milho. Protege-as das intempéries, dos roedores... O arranjo espontâneo embeleza-o, fazendo jus ao monumento.
2ª. foto- O monte, os carvalhos e, ao fundo do fundo, o suposto horizonte.