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Assim vai a natureza por terras de Fafe. À minha espera, não esteve porque sobreviveu encantadora sem os meus cuidados.
Quem por lá passa delicia seus sentidos e algo mais para além do gosto ou prazer... Bem, cada um poderá definir a seu "bel prazer"...
Lembranças, nostalgias, estórias de criança/adolescência, a casa grande, a minha mãe e irmãos, a hora da rega, o dia a anoitecer... Por que razão estas hidrângeas estão neste lugar... Coisas de alma (?). Consciência...
Um dia passado no campo. O Sr. João tirou o dia para trabalhar para nós. É difícil apanhá-lo. Há falta de mãos para trabalhar a terra.
Colhi framboesas, mirtilos e nêsperas ou magnórios como alguns dizem.
Andei de mangueira na mão a regar o jardim, apesar de me dizerem que tem chovido muito, "chuva de trovoada".
Vi também o arco-íris e imensas borboletas brancas. Bom presságio, de certeza.
Tirei fotos. Também me fotografei, entre as copas de árvores.
Um dia bem passado a pisar a terra, as ervas, a caminhar em solo irregular, a desviar-me das vespas e besouros... Um regresso às origens.
Para quem for apaixonado por fenómenos fantásticos, quero deixar aqui o que descobri, só por estar mais concentrada. Está ao alcance de todos- Saber fazer um arco - íris.
Basta experimentar a posição certa do nosso corpo entre o sol e o jato da mangueira. Enquanto regamos o jardim, aproveitamos para nos deliciar a ver tal fenómeno.
Ora, uma aula prática que todos poderão realizar.
E uma flor campestre, à margem do jardim.
Um dia no campo. Há 2 meses que não visitava aquele sítio. Lá estavam as flores e mais flores a abrilhantar o cenário. Apesar do tapete de folhas e dos carvalhos despidos representarem tão bem o Inverno. Um cheirinho a magnólias e a camélias.
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"Onde teu medo estiver, aí está tua tarefa".
Carl Gustav Jung
Que aborrecimento... Ser picada, sabe-se lá por quem , (por seres invisíveis, por falta de atenção, por não saber observar...), nas pernas, nos braços e com necessidade de tratamento; já começa a ser habitual.
Mas valeu.
Mas vemos paisagens que também se elevam, entrelaçam e que transportamos dentro de nós.
Tudo e nada, podemos albergar...
Há quem colecione plantas ao ar livre. Deste modo os espaços preenchem-se, embelezam-se, tornando-se um livro de arquivo a céu aberto.
Sempre que o visito, folheio com devota atenção. Cada planta é analisada para que se retire poeiras, flores e folhas secas, pequenas formigas, aranhas... E vou verificando o seu estado de saúde...
Quantas vezes já captei debilidades?! Felizmente, sempre houve tempo de as socorrer.
Também converso com elas, - diálogos de alma -, agradeço sua vitalidade e lembro-lhes quem são, de onde vieram, e chamo-lhes pelos seus nomes. Interajo, assim, com todos, presentes e ausentes, não numa conversa superficial, mas sim de uma forma mais elevada, diria transcendente.
Já imaginei elaborar uma placa de madeira para cada planta e nela gravar, a fogo, o nome de cada pessoa que ofereceu.
Este livro, a céu aberto, seria lido com mais vontade e sabedoria pelas gerações vindouras.
Vou pensar a sério.
*flor de arroz, oferecida, prof.Oliveira
Uma visita ao campo, arejar e recarregar-me em toda a minha dimensão: a mais densa e a mais subtil (soma, psique, nous)...
Ao deparar-me com tamanha diversidade e alegria... Pasmei!
A Primavera está aí, já há flores aos "montes" que brilham como rainhas ou princesas, lá, no sítio...
Algumas.
Pontinha de um pequeno universo que se vai perdendo, mas nunca esquecerei...
Das brincadeiras, risos, diabruras de crianças;
Das crises existenciais, livros e leituras, discussões acesas e silenciosas de adolescentes;
Dos trabalhos até ser noite, correrias e aflições, lutas e vitórias, sim, muitas, apesar de tudo...
Aos meus pais, e avós paternos (que não conheci): Obrigada pela herança de tais memórias e pelo que sou/somos.
Por não saber como rezar, levanto meu pensamento, em forma de oração.
Obrigada. Mil vezes, obrigada.
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