Só hoje compreendi a sugestão dada, ontem, pelo "pai" das filhas: bacalhau com brôa...
- Credo! Porquê amanhã esse prato tão forte?... Nãoo. E as "baforadas" que o meu cabelo vai apanhar, agora que fui ao cabeleireiro!...
Sem resposta.
Bem, encomendei bacalhau à moda do minho. Já não havia tempo para elaborar o prato preferido.
Para o lanche, o bolinho de laranja feito por uma das filhas. Porque festeja-se o dia do pai, e eu encontrava-me a leste ou a oeste de qualquer sítio... Talvez da lua que é o mais habitual.
Acontece. O que eu queria mostrar, era, apenas, a foto do bolo. Só.
Em primeiro de tudo, quero dizer que, hoje, sonhei com o meu pai...
Muito raro sonhar. Não o reconhecia como um bom pai, principalmente, durante todo o meu crescimento até ao tempo que mudei de estado civil. Depois, fui mãe, uma, duas vezes e, pouco depois, ele adoecia e ficava com sequelas para o resto de sua curta vida.
Aos poucos, fui reconhecendo que ser pai "destes" seus filhos, não foi nada fácil...
Mês de Março. Mês de comemorações: Dia do Pai e seu Aniversário.
Então, depois das duas viagens por Marrocos, depois da aula de Filosofia prática, sobre o Egipto- A análise do Papiro de ANI- "o peso do coração do morto", e depois de ter tratado das lides domésticas... Adormeci, vagueei...
O chilrear dos pássaros, o barulho dos carros, as vozes ao longe... Um aperto no peito, o coração.
Acontecia o despertar, melhor, o adormecer. Lento...
Uma enorme tela pendurada, não sei se em uma parede, se no meio do nada, suspensa. Reconheci, de imediato, que era o Papiro de Ani. Num plano mais abaixo, alguns elementos moviam-se, uns estavam agitados, outros mais concentrados. Aí, vi o meu pai. Os deuses, os olhos da mente, (egoísta e pura) os braços da balança, a pena e o coração, cada um em seu prato. Senti-me angustiada! Estavam a pesar o coração de meu pai...
Algum tempo havia passado sem que visitasse o pequeno lugar para onde transferira algumas das suas memórias e, assim, compusera o tal recanto como que de uma emergência se tratasse.
Era véspera do dia dezanove, quer dizer: do dia do pai e do 2.º mês do falecimento de sua mãe.
No pequeno terreiro, rodeado de recantos ajardinados, há restolho espalhado por todos os lados. Atravessou-o em passos largos até um dos lados do retângulo da eira, onde fica a porta de entrada, e poisou os sacos das compras. Porque, afinal, era já hora de fazer o almoço. Depois, dirigiu o olhar para onde havia jardim e caminhou em direção ao muro sobranceiro ao tanque. Aí, imobilizou-se. Seu olhar ficou toldado. As lágrimas teimaram, e quase todo o dia por lá ficaram. As japoneiras, afinal, estavam muito coloridas: brancas, vemelhas, rosas... E ela que pensara que este ano não floririam, as japoneiras. A sua mãe. As japoneiras de casa de seus pais. Seu pai e sua mãe. Agora juntos para sempre. Para sempre.
Debruçou-se sobre elas e, minuciosamente, observou-as. As camélias brancas, tão lindas, bem formadas, pequeninas. Quase que lhes pediu desculpa por não acreditar nelas. As cor de rosa sobrecarregavam a árvore, parecendo-lhe que pediam ajuda para as aliviar. As vermelhas, de tamanho médio, compostas de múltiplas pétalas, também estavam harmoniosamente formadas e distribuídas. Acariciou-as ao de leve. Cortou botões e flores. Limpou-lhe as folhas e esgaravatou a terra junto à raiz.
Que pena! Não há registos fotográficos. Mas tudo se gravou em automático. Com sons e cheiros. Lágrimas. Saudades.
E foi deste modo, o espírito dividido entre o passado e o presente, a esperança e a inquietude, confuso, que vagueou o maior tempo.
Promete não haver descontrolo e libertar-se destes domínios mentais ou conflitos interiores que a ocupam em demasia. E também deseja que todos os descendentes de seus pais tardam a sua partida para o encontro final.
Não se deve falar nem pensar mal das pessoas que já partiram. Vamos aprendendo que ninguém é perfeito e que as circunstâncias da vida, por vezes, fazem-nos mais carrancudos, impacientes e senhores do nosso nariz.
Ser pai de doze filhos é obra. E sendo a obra feita quase toda no masculino, pensava-se e dizia-se que ainda era muito mais difícil. Muiiito macho. Entretanto, descobriu-se que, afinal, é mesmo o pai que, em última instância determina o género do bebé. Mas o que interessa é que, naquele tempo, era competência do pai, somente, e ponto final.
Era com grande orgulho que nos dias de festa, Natal e Páscoa, os rapazes desfilavam por ordem decrescente de idade, escadas acima, em direcção ao coro da igreja. As mulheres jovens e não só, disfarçadamente, miravam a bela equipa de lindos e educados rapazes que, raras vezes, percorriam os caminhos da aldeia. Meu pai, nesses dias, também os acompanhava, e, com certeza, fazia-o a transbordar de alegria, orgulho e felicidade.
No final da missa, minha mãe não podia perder tempo com grandes esclarecimentos ao mulherio que a abordava para saber pormenores sobre os seus filhinhos. Sei que conversava com esta e aquela, alegre e apressada, porque havia o almoço próprio do dia, que só ela tão bem sabia confeccionar.
O que conversavam com o meu pai, não sei. Já seria conversa de homens... Ou não.
Um dia meu pai partiu... Pensava eu que não ia ser tão difícil, assim. Mas o mundo desabou. Aí, compreendi que a vida de pai não é nada, nada fácil. E que a vida sem ele nunca mais foi a mesma coisa.
Só compreendi os meus sentimentos e os do meu pai quando passei a ser mãe e quando o perdi. Não o vejo num poema, mas em prosa alinhada, em caderninhos e livros guardados a sete chaves...
Não gosto dos dias de.
Um bolo que fiz para comemorar o dia do pai das minhas filhas...
Ovos- 6
Açúcar- 100gr
Côco- 200gr
Compota de chila- 250gr ou mais
Bater bem os ovos inteiros com o açúcar;
Juntar o côco mexendo com uma colher;
E envolver, por fim, a compota de chila;
Untar uma forma com manteiga e revestir com papel vegetal;
Colocar lá o preparado e vai ao forno a 180º, durante 30 minutos
*Pode e deve substituir o côco por 250gr de amêndoa com pele. Deve ser moída, grosseiramente, na máquina 1,2,3. Fica delicioso.
As mulheres da Póvoa de Varzim, com seus hábitos tão enraizados, dirigem preces à Senhora da Guia, sempre. Para que Ela proteja seus homens das tempestades do mar e da vida.
Hoje é um dia a celebrar. Como é que as criancinhas, adolescentes e adultos festejam, todos nós sabemos ou imaginamos, mas o que realmente fica deste dia, isso já é outra coisa...
Indo ao depósito da minha memória, eu sou do tempo, até por volta dos meus 11 anos, de toda a minha família (pais e irmãos), estar sentada, acotovelando-se uns aos outros, olhos arregalados, brilhantes e assustados a ouvir as histórias fantasmagóricas que o meu pai contava.
Eu penso que todas elas teriam um final feliz, porque, com certeza, tem sido do inconsciente que ressurgem toda a força, energia, ânimo para concretizar alguns dos nossos sonhos...
E, já agora, não me recordo se o terço, rezado por minha mãe, seria antes ou depois destas histórias!... É uma dúvida bastante pertinente.
A todos os Pais:
Dentro do mesmo tema, uma história dos tempos de Agora que encontrei quando navegava na internet...
Um velho vivia sozinho em Trás-os-Montes, ele queria cavar o seu jardim, mas era um trabalho muito pesado e o seu único filho, que normalmente o ajudava, estava na prisão. O velho então escreveu uma carta ao filho, na qual falava do seu problema:"Querido filho, Estou triste porque, ao que parece, não vou poder plantar o nosso jardim este ano. Estou triste não poder fazê-lo porque a tua falecida mãe adorava a época do plantio depois do inverno, mas eu estou velho demais para poder cavar a terra. Se tu não tivesses cometido aquele horrivel crime, e estivesses aqui, eu não teria esse problema, sei que me ajudarias, mas também sei que tu não podes ajudar-me no jardim, pois estás na prisão.Com amor, teu pai". Pouco depois o pai recebeu o seguinte telegrama:"PELO AMOR DE DEUS, Pai, não cave o jardim! Foi lá que eu escondi os corpos!" Às quatro da manhã do dia seguinte, uma dúzia de agentes da Judiciária e policias, munidos de diversas enxadas e ferramentas, apareceram e cavaram o jardim inteiro, para espanto deles, não encontraram nenhum corpo. Confuso, o velho escreveu uma carta ao filho contando o que acontecera. Recebeu a seguinte resposta:"Pai! Espero ter ajudado. Já pode plantar o jardim. Isto é o máximo que eu posso fazer neste momento."
Sobremesa oferecida ao "pai". Pequenos gestos que fazem a diferença dos outros dias e de outros restaurantes. Almoçámos num terraço situado no 1º. andar, debaixo de um enorme guarda-sol, tendo como vistas o largo da Câmara, a rua de Santa Maria... Recomendo :)
O velho então escreveu uma carta ao filho, na qual falava do seu problema:"Querido filho, Estou triste porque, ao que parece, não vou poder plantar o nosso jardim este ano. Estou triste não poder fazê-lo porque a tua falecida mãe adorava a época do plantio depois do inverno, mas eu estou velho demais para poder cavar a terra.
Se tu não tivesses cometido aquele horrivel crime, e estivesses aqui, eu não teria esse problema, sei que me ajudarias, mas também sei que tu não podes ajudar-me no jardim, pois estás na prisão.Com amor, teu pai".
Pouco depois o pai recebeu o seguinte telegrama:"PELO AMOR DE DEUS, Pai, não cave o jardim! Foi lá que eu escondi os corpos!"
Às quatro da manhã do dia seguinte, uma dúzia de agentes da Judiciária e policias, munidos de diversas enxadas e ferramentas, apareceram e cavaram o jardim inteiro, para espanto deles, não encontraram nenhum corpo.
Confuso, o velho escreveu uma carta ao filho contando o que acontecera. Recebeu a seguinte resposta:"Pai! Espero ter ajudado. Já pode plantar o jardim. Isto é o máximo que eu posso fazer neste momento."