A produção de marmelo, este ano, foi baixa. Mas para nós, cá de casa, é suficiente.
Ontem estive várias horas na cozinha a fazer marmelada. Mãos à obra... Preparei 10kg de marmelo e o resultado pode ser visto em foto. Vou deixar uns dias a secar e depois congelo. Quando precisar, descongelo e fica maravilhosa, parece feita naquela altura. Conserva sempre a textura macia e o sabor intenso a marmelo, porque também "roubo" no açúcar.
"Dantes (antigamente) ter sessenta anos era sinal de velhice, agora, as pessoas fazem viagens e vivem como que fossem novas". A. L. R.
Sorri de orelha a orelha, quando ouvi este comentário, espontâneo, e tão verdadeiro.
Dois dias em Londres, entre amigas, com suas diferenças tão bem visíveis (a olho nu), mas que, talvez, não sejam assim tãao diferentes.
As viagens e a profissão são, sem qualquer dúvida, o que mais nos une. E aqui está uma prova da solidez da nossa amizade e cumplicidade.
Apesar da chuva e frio, também o astro rei brilhou, e pudemos espalhar muita luz. Sem preocupações, caminhando, sorrindo, fotografando... Até que as pernas não mais pudessem caminhar de cansaço.
O transporte que usámos foi o táxi, porque, dividido por quatro, ficava mais barato que qualquer outro transporte.
Adorei Londres! Hei-de lá voltar com mais tempo para melhor explorar.
De costas viradas, ela caminhava pelos passeios, passadeiras, largos e travessas, um parque. Sempre em frente. Sempre de costas viradas para o sol, de olhos embaçados, protegidos por óculos escuros, caminhou, caminhou... Já com o sabor de Outono, o sol aquecia a nuca, as omoplatas... Um bem estar físico fazia-se sentir. E ela seguia. Sempre.
Uma saudade, como que um desespero, invadia-a e convidava-a a mudar de percurso.
-Não sei- pensou- Não devemos de voltar ao local onde fomos felizes- dizem.
Há que se decidir. Rápido, é já ali. A rua, o palácio. A anca rodou para a direita, o pé esquerdo, no ar, ziguezagueou, mas o direito fincou pé e, desconsertada no seu jeito, endireitou costas e seguiu. Sempre em frente. Atravessou toda a parte baixa da cidade. Entreolhava, por vezes, seu reflexo nas montras, só para ver sua postura. Costas direitas, ombros longe das orelhas. E as casas ao longe, a paisagem ao longe. Nada a prendia.
O sol acompanhou-a como um anjo da guarda. E se fosse isso? Olhou a montra. Não viu asas. Era o sol. Temperou-a com uma boa dose de energia e depois, na volta, obrigou-a a caminhar de frente para ele, e a desligar sua mente irrequieta, mesquinha, egoísta, enviando-lhe, directamente ao seu olhar, a luz já pálida e cansada de um dia...
Seguiu para casa. À direita, à esquerda, em frente... Era assim que tinha de ser.
Só para desabafar um pouco sobre esta estação, considerada por alguns de "silly", mas que me deixa muita dúvida esta conotação. Estará correcta se se referir às politiquices, assunto que eu não quero entender.
A luz que o nosso céu nos envia faz aclarar ideias e assim arejar gavetas e gavetões tornando tudo mais límpido e, já agora, mais arrumado. Claro que as situações problemáticas continuam, mas o clima também influencia e pode melhorar o nosso estado de espírito e a nossa conduta. Não fossem os incêndios e toda a perda, principalmente, a humana, eu diria que esta estação é a mais inteligente.
Os banhos no mar, no rio, no tanque. O vestuário simples e leve que nos envolve. Os dias mais longos. As noites apetecíveis para caminhar. As refeições mais ligeiras. As escapadelas para ali ou acolá. E há sempre um familiar ou um amigo a exigir a nossa companhia...
Então, reparamos que o tempo passa de forma leve, e vemos que valeu a pena viver estes dias, esta estação, mais em comunhão, com mais risos nos lábios e no olhar, com mais um chá, um gelado, um café, entre confidências, por aí, ao ar livre, recheados de amizade e ao toque do coração...
Livros, televisão, computador, tudo foi minimizado...
Era sábado. Anoitecia. Em movimentos rápidos, porque já me encontrava sozinha naquele espaço, eu tentava um bom registo. Olhando para todos os lados, um pouco intimidada pelas sombras e sons próprios da noite, clicava, clicava.