No dia de aniversário levei-lhe um ramo de flores e um presente. Tomámos café e conversámos um pouco. Ela não sabia que no dia seguinte seria surpreendida. Despedi-me e segui para o encontro de amigas. Outro aniversário.
No dia seguinte, a tal festa surpresa. Alguns irmãos, sobrinhos e sobrinhos netos. A mesa estava posta. As flores pequeninas, em vasos, e velas acesas enfeitavam o espaço... Uma grande surpresa! Bem merecida.
Mas fiquei atónita... Não aceitou as duas plantas que havia comprado em nome de todos.
- Não quero. Já me deste o ramo ontem. Gostei muito.
O mês de Maio está aí e o meu aniversário já começa a acenar em forma de número bem redondinho.
Por mais que me concentre, não vejo, não sinto, não escuto o que dizem ser a terceira idade.
Penso... Será que vivo envolvida nos jogos de Maya... Estou viciada, acomodada, o sol não é o Sol, o que vejo é ilusão, sou cega para a realidade?... Talvez. Sim...
Bem... Se aconteceu ou não ilusão, ontem, paralisei alguns momentos, para memória futura, e para comemorar o 500.° post do meu blogue.
Tchim... Tchim... A nós... A Natureza. E venham mais 500.
Foi um dia em cheio. Já bastava festejar o meu aniversário. Este dia deixa-me sempre um pouco desconcertada. Por um lado, apetece-me comemorar com todos os familiares e amigos, por outro, sei que é quase impossível. E, nesta indecisão, acabo por seguir o caminho mais fácil, mais barato e mais egoista. Não quero ninguém. E, deste modo, festejo apenas com os que resolvem surpreender-me...
Este ano estive das 14h às 17.30h no tribunal. Eu e a minha filha mais nova comparecemos perante um grupo de batinas/togas negras e os dois assaltantes, para relatar o que se passou há quase 3 anos. Entramos separadamente. Anteriormente, não fizemos qualquer combinação sobre o que iríamos dizer. E cada uma expôs tudo o que ainda se recordava. Depois, fomos interrogadas pelo juiz e pelo advogado de defesa dos assaltantes. Parece que não deixamos dúvidas quanto ao sucedido. A sentença será lida dia 6 de Junho.
Agora, os assaltantes "renovaram" a nossa imagem. Várias pessoas acharam-nos de "fibra". Ter coragem de dar a cara perante dois assaltantes, prostitutos e um deles drogado.
Sei que houve queixas que foram retiradas. Sei que a prisão, caso haja, não adianta de nada. Sei que o mais jovem é toxicodependente, precisa é de quem o ajude. Sei que não devemos cruzar os braços. Sei que não penso no que poderá acontecer...