No silêncio dos teus dias...
Levei rosas brancas
beijei e acariciei tua face, conversei ...
Teus braços e teu rosto macios e frescos
estavas vestida de seda
elogiei-te...
Apenas abriste os olhos
movimentaste os lábios
não sei, se por minhas palavras
ou por incómodo, por te tocar...
Como queria conversar contigo
sobre coisas de mulher
que só tu irias compreender!
Tão rápidas eram as tuas respostas
que fingíamos não te ouvir
ou sorríamos.
No silêncio dos teus dias, caminho tendo-te como farol.
Tempestades, neblinas, noites escuras...
Lá estás, uma luz pálida surge e,
rompendo adversidades, navego,
procuro não distrair-me para poder alcançar-te.
A força e perseverança, a alegria e amor, a fé e esperança...
Tudo se concentrava em ti,
penso eu, pensam outros...
Essa era a imagem que querias projectar.
Assistimos a um filme, cujo final nunca adivinhámos
aos poucos o enredo tornou-se bem real
as personagens surgiram invertidas
a vida continuou, confusa, aos tropeções...
Não sei se pensas, se escutas.
Vejo-te à espera.
*A todas as mães que não se recordam de que são mães e, também, a quem já partiu...