Não sei se estão diferentes de há meia dúzia de anos... Se serei eu que mudei tanto o modo de observação. Ou então, será devido à época do ano. Desta vez, vi menos turistas nas galerias Lafayette e havia muitos asiáticos. O espaço, esse, está imponente.
Em verdade vos digo, apesar de minhas amigas usarem artigos (roupas, malas, sapatos) todos "fashion", por isso, já estou habituada a conviver com certas marcas, embora eu não as use, mesmo assim, deu para eu ficar perpelexa. Algumas lojas, de super preços, fecham a entrada com um grosso cordão ou corrente, para controlarem. As clientes, mais que eles, formam fila no corredor da galeria, e vão entrando, conforme o número de pessoas que sai.
E aos nossos olhos, foi visível a selecção natural dos humanos... Asiáticos segurando não um, nem dois, mas vários sacos de compras dessas lojas, e nós, no meio daquele rodopio.
Sinceramente, não sei o que as minhas amigas sentiram. O que viram e exclamaram, sim.
Eu senti-me com olhos em bico, levemente enrugados, talvez devido ao esforço para compreender o porquê de tudo aquilo. Será que valerá a pena? À primeira vista, eu só via pessoas que calçavam e vestiam, normalíssimo, naquele momento.
Será que depois daquelas compras iriam transformar-se?
Esta semana estivemos três dias em Paris. Nestas curtas viagens, de avião, nossos maridos não gostam de nos acompanhar, dizem ser cansativo. Dizem... Não sei... O que nós sabemos, mulheres deles, é que são viagens muito relaxantes, necessárias, super divertidas, e principalmente culturais.
As três já conhecíamos esta cidade, mas sempre é bom voltar, porque há sempre locais ou monumentos que nos passaram despercebidos, ou que necessitam ser revisitados.
Por exemplo, em Montmartre, há uma parede, um muro, ilustrado de azul e palavras que cintilam de luz e nos aquecem o coração e não só... Percorremos todo o local à procura desta obra. Poucos sabiam onde ficava, mas lá conseguimos.
O muro, LE MUR des JE T´AIME, simples, à primeira vista, parece estar apenas escrevinhado. E o que parecia caos não o é. São por volta de 300 idiomas e dialectos, caligrafias tão diferentes, e cada frase diz o mesmo. Eu te amo.
É a magia de Montmartre para as artes, o amor, o romantismo...
Pode acontecer de nos transportar à adolescência. Quando rabiscávamos as paredes, o chão, os caderninhos, as árvores... Usando os mais variados objectos. Na verdade, onde mais resultava, e mais alimentava o nosso amor, era a gravação feita nos troncos das árvores. Elas cresciam e com elas também se alongavam as palavras e o coração atravessado por flecha . Eu te amo.
Algumas das fotografias que tirei nesta viagem a Paris.
Adorei. Paris de ontem e de hoje.
Monumentos faustosos... imaginar que reis, rainhas e os grandes senhores habitaram estes espaços grandiosos!
E os palácios ao longo das margens do rio Sena, as numerosas pontes que as unem, a ilha de Cité...
Confesso a minha ignorância, fiquei boquiaberta quando me apercebi desta ilha (Cité), e as nove (ou dez) pontes que a ligam ao resto da cidade.
Estivemos dois dias na Disneyland, depois aproximámo-nos da Torre Eiffel e ficámos por aí instalados. Visitámos Versalhes, Louvre, Notre-Dame, subimos até ao 2º. andar da Torre, subimos a colina de Montmartre e visitámos a sua catedral, descemos o Sena, fomos às galerias Lafayete, assistimos a um espectáculo no cabaret Lido e "calcorreámos" as ruas, mais de autocarro do que a pé, a verdade seja dita, e observámos inúmeros monumentos...
A história e a arte estão ali, à vista de todos.
Adorei, apesar do mau tempo que sempre nos acompanhou. Um dos guias disse que em Paris, durante um ano, havia 300 dias de chuva e cinco de sol, não sei se é verdade...