Ainda me surpreendo ao ver esta imagem. Por mais que queira fazer destas habilidades com a actual máquina fotográfica, não é possível. Aconteceu naquele momento e ficou gravado.
Uma noite, no campo, entre o arvoredo.
Na altura, não soube ler... Quiçá, um prenúncio de Páscoa em quarentena?...
Há quem faça meditação para relaxar, desanuviar seus pensamentos, aclarar sua mente, pacificar-se...
Para já, ainda não consegui. Pois... Talvez, exija mais trabalho. Prefiro viajar, para mim, é mais fácil.
Fui com amigas. Éramos três mais um bebé de nove meses. Estão a imaginar...
Mas foi maravilhoso!
Amesterdão pareceu-me desarrumado, cinzento... Mas não, as bicicletas amontoadas junto aos passeios provocam confusão, mas foi só a primeira impressão. Depressa nos habituámos a elas.
Os edifícios perfilam imponentes, harmoniosos, de grandes janelas e portas, em tons acastanhado, tijolo, creme...
Os canais, os barcos, as pontes, os museus, o comércio...
Na sexta-feira, era feriado, festejavam o dia do Rei. Era "obrigatório" vestir qualquer peça de roupa ou adorno de cor laranja... De verdade, ficámos um pouco preocupadas, devido ao elemento mais novo. Mas tudo bem. Gente simpática, educada e bonita.
Seria por andarmos muito bem acompanhadas? :)
Além de visitarmos alguns museus, não podíamos deixar de observar, ao vivo, the tulips garden- Keukenhof, e, claro, também passeámos por Red Light District, à noite.
No regresso a casa, colhia flores espontâneas e, ainda, de cabelos a escorrer água, distribuía-as pelas diferentes jarras.
Não sei por que colhes dessas flores! Elas não duram nada! E o jardim com tanta flor!... Enfim!- Dizia sua mãe.
Era no tempo da adolescência, a tal menina- Maria rapaz, que percorria os caminhos de terra batida, entranhava-se por entre a natureza de árvores e ervas espontâneas e seguia até ao rio.
Lá, mergulhava e sentava-se no leito do rio, tentava apanhar minúsculos peixes que se esbarravam ou beijavam seu corpo. Só saía da água, quando ficava arroxeada e a tiritar de frio.
Hoje, não tem o rio. Não tem o espaço encantado de outros tempos. Nem sonhos irrealizáveis. Tem esperança em dose qb.
Quando vai ao campo, ainda gosta de percorrer os caminhos de terra batida. E, por instinto, talvez, procura algo nunca antes encontrado: belo, diferente, simples, verdadeiro...
Acaba mergulhada e sentada na terra húmida, entre a vegetação, e vai cortando flores pequeninas. Elabora pequenos ramos, coloca-os em pose. Fotografa-os.
Sempre achei esta capacidade minha bem desenvolvida: - Discernir.
Não sei o que pensarão os outros... Se pedisse provas disso a meus famliares e amigos chegaria a uma conclusão. Pouco interessa, não? E argumentar sobre isso seria falta de discernimento. Penso. Discirno.
Este fim de semana estive na aldeia, e mais uma vez fiquei rodeada de seres minúsculos e graúdos que brotavam sorrisos de todas as cores e em todas as direcções.
Eis alguns desses sorrisos, apreciem-nos, antes que seja tarde...
E todos os anos fotografo este local onde esta planta habita. Antes de florir, nada existe por ali, tudo parece adormecido. Quando floresce, o espaço fica assim...
Mais varinhas deste arbusto estão espalhadas por lá, mas não se decidem a desabrochar. Imagino como, um dia, tudo ficará bonito...
Não sei o nome. Sei que adoro esta flor e visito-a, sempre que vou ao campo.