Há palavras que nos custam pronunciar mais do que outras. Penso que deve ser devido ao tal currículo oculto que cada um possui. Enviar beijinhos ou enviar abraços? Dar e receber beijinhos ou abraços? Gestos mais ou menos usuais que cada um semeia e colhe no dia a dia.
Os abraços mais deliciosos são dados por crianças! São espontâneos, quase sempre, apertados, carinhosos, puros...
Há excepções. Quase há um mês, fui abraçada por um adulto. Todo o gesto senti-o como estivesse a ser abraçada por uma criança. Mas vi lágrimas e risos por entre palavras de disfarce. Que não tenha sido o último. Espero mais...
Se a família e os amigos esperavam encontrar auxílio espiritual, um pouco de consolação e esperança durante a celebração da missa de 7º. dia, não encontraram. As palavras ecoaram vazias, fora de contexto... Não eram aquelas que queríamos escutar.
Mas encontrámos sim, espontaneamente, no final, entre as pessoas que se uniram à dor e quiseram repartir abraços, beijos, carícias, sorrisos, lágrimas e algumas palavras, palavras sentidas...
Era desta maneira que o João gostava de estar. Entre muita gente, família e amigos. Exibindo seu charme, piscando o olho, cochichando com esta ou aquela. Sentir. Fazer-se sentir. E conseguiu.
Quem sabe se o motivo principal da missa não será mesmo esse?!...