Assim vai a natureza por terras de Fafe. À minha espera, não esteve porque sobreviveu encantadora sem os meus cuidados.
Quem por lá passa delicia seus sentidos e algo mais para além do gosto ou prazer... Bem, cada um poderá definir a seu "bel prazer"...
Lembranças, nostalgias, estórias de criança/adolescência, a casa grande, a minha mãe e irmãos, a hora da rega, o dia a anoitecer... Por que razão estas hidrângeas estão neste lugar... Coisas de alma (?). Consciência...
Andava eu numa grande superfície, à procura do local onde estariam as embalagens de sopa bio... Quando vejo uma suposta funcionária, a empurrar um carrinho, a colocar uma embalagem num expositor, de boné e camisa de cor branca, bem folgados... Pergunto-lhe se trabalha ali; rapidamente nega com um movimento de cabeça, sorriso de lábios apertado... Peço desculpa, mas não sei bem porquê... E ainda digo que procuro as sopas... Ela já não me ouve, segue indiferente... Vejo-a de costas, fico parada, e um pouco constrangida...
Mas qual o problema?...
Refleti, cheguei à conclusão que o problema deve ser meu. Por ficar ofendida pela atitude da menina.
Segui o meu instinto ou seria intuição?... E, eureka, encontrei o que desejava.
Agora, uma reflexão de Marco Aurélio:
"Se está sofrendo por coisas externas, não são elas que te estão perturbando, mas o seu próprio julgamento sobre elas..."
Subimos ao ponto mais alto da cidade, à montanha. E no Montanha, reunimo-nos para confraternizar. Quem pôde, esteve presente no jantar, nas conversas, nos sorrisos, na partilha. Momentos de Verdadeira Poesia.
Houve entrega de diplomas ao grupo que terminou o 1°. nível.
Palmas e mais sorrisos. Palmas e mais palavras de agradecimento.
Sons que subiram em direção ao céu que nos abrigava, onde a Lua e as estrelas nos alumiaram e enobreceram.
Como me encontro neste grupo de Filosofia, Cultura e Voluntariado, não importa explicar...
Sei que, pelo "meu pé", cheguei, e logo percebi que há muito ali pertencia. Foi um reencontro.
A vida continua, e os desafios também. Sempre é tempo de amadurecer. De "contar horas felizes".
Decorria o mês de Março. Tempo de confinamento, e também de palestras por videoconferência ... Em sorteio, foi este tema que me calhou. O Espiritismo por Allan Kardec.
Pela intenet, consegui comprar, em 2ª. mão, um dos livros do autor. O trabalho está feito há já algum tempo, ainda falta apresentá-lo.
Quase 500 páginas. Leitura assídua, entusiasmante. A ideia que fazia, que me passaram, que eu absorvi, não correspondeu de modo algum ao que na realidade experimentei; nada de fantasmagórica.
Valeu a pena a leitura. Sempre é tempo para ler. Sempre pode ser tempo para aprofundar um pouco sobre O Espiritismo. Sinto-me mais elucidada (?), mais transcendente (?), sei lá, nem tenho palavras para exprimir :).
Nada de novo, claro, este tema sempre foi discutido, há vários registos de e em todos os tempos.
O nunca querer saber e a aposta no ver para crer, - o meu lema, fez-me refletir que há um véu que separa a indiferença, o medo, a ignorância e que nos turva.
Allan Kardec nasce em França a 3 de Outubro de 1804. Durante 30 anos dedica-se inteiramente ao ensino e torna-se um dos grandes responsáveis pelo progresso da educação naquela época.
Depois de assistir pela primeira vez ao fenómeno das mesas falantes ou dança de mesas, decide levar a cabo uma investigação profunda na esperança de encontrar uma explicação lógica para tal fenómeno. Durante dois anos questiona os Espíritos superiores, e eles respondem, dando a conhecer os princípios básicos da Doutrina Espírita- assim nasce o Espiritismo.
Em 1857 publica O Livro dos Espíritos, a primeira de uma série de obras reveladoras da Doutrina.
Morre a 31 Março de 1869 e no seu túmulo é inscrita a frase que melhor define a perspetiva evolucionista do Espiritismo:
«Nascer, morrer, voltar a nascer e progredir sempre; é esta a lei!»