Triste realidade...
Naquela tarde fizemos praia num local onde há filas de barracas que se direccionam ao mar e todas estão ocupadas, porque o dia é de muito calor. Mas há os espaços reservados a paraventos e guardassóis. Aí, nos encontrávamos. Também havia um grupo grande de jovens com seu alarido, não direi próprio da idade mas sim da má educação, como mais tarde constatámos.
Um senhor com fisionomia tailandesa, daqueles que percorrem a praia para serviço de massagens, passou à nossa frente de olhar meigo e sorriso tranquilo. Era o modo de nos abordar se queríamos ou não os seus serviços.
Duas jovens do dito grupo, prontamente, fizeram-lhe sinal, e, durante 30 minutos, receberam as massagens. Estavam rodeados de todos os outros jovens que, entretanto, proferiam piadas de vocábulos pouco apropriados, como que todo o espaço lhes pertencesse.
De repente, vemos o senhor, em silêncio, a arrumar a sua maleta, e alguns jovens a mostrarem-se incomodados, (não sei se de verdade ou se por simulação)... As duas jovens tinham desaparecido sem efectuar o pagamento.
E o espaço onde eles se encontravam?! Ficou repleto de garrafas, latas, pacotes vazios...
O que é isto?!... Que falta de educação é esta?!... Que força e vontade de transgedir os move?!... A coesão de grupo move-os para o mal?!...
Uma das minhas filhas estava presente. Olhou-me e interrogou-me:- Não vais lá chamar-lhes à razão?!...
Nem respondi. Senti-me envergonhada pela atitude deles e pela minha.
Ficámos a conversar e a tentar perceber que jovens eram aqueles. Conhecemos e convivemos com muitos e não conseguíamos imaginar esta cena entre eles. O meu irmão dizia que pertenciam a qualquer instituição ou bairro social. Eu não concordei, nem acredito, mesmo. É muito fácil rotular pessoas mais carenciadas de mal-educadas, falsas, perversas. A carência não era a nível material. Nem tão pouco por falta de formação.
Arriscaria a dizer que, talvez, esta é uma forma patológica de exibicionismo.